A jornalista Rachel Sheherazade repercutiu nas redes sociais após publicar um vídeo criticando a megaoperação policial realizada nesta segunda-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que deixou 64 mortos.
No vídeo, Rachel classificou a ação como “desastrosa” e “sangrenta”, afirmando que ela representa uma “execução sumária” de pessoas pobres e marginalizadas. “A polícia entrou para cumprir 100 mandados de prisão, não para cometer 60 execuções”, declarou.
A apresentadora também questionou a comemoração de parte da população com o resultado da operação. “Essas pessoas não têm nome, não têm rosto, e principalmente, não têm dinheiro. São favelados, pretos, pardos, desafortunados. Morrendo muitos, ainda assim, não farão falta. Assim pensam alguns”, afirmou.
Rachel denunciou o que chamou de “sede de violência” e defendeu o respeito aos direitos humanos. “Onde está escrito na lei brasileira que o Estado tem o direito de matar pessoas?”, indagou.
Ela ainda criticou o que considera a seletividade das ações policiais no Brasil. “Os maiores e mais poderosos criminosos andam de jatinho, vivem em condomínios de mansões e apertam as mãos de gente graúda de Brasília. Por que o governo não faz operações nesses lugares?”, questionou.
Ao final, Sheherazade lamentou o papel dos policiais, dizendo que muitos também são vítimas do sistema. “O policial aprende a odiar a favela de onde veio e não o sistema que aprisiona ele e o traficante na mesma pobreza. Ele é o bucha de canhão”, concluiu.
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